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Inhotim: um museu de arte contemporânea a céu aberto

evido a pedidos de amigos muito queridos sobre minha demora para voltar a Belo Horizonte (Te amo BH principalmente o mercado municipal), resolvi contar como foi nossa viagem para curtir Inhotim.

Fazer um planejamento para visitar Inhotim não requer muitas coisas. Um hotel próximo para você poder aproveitar ao máximo o dia, carro, uma garrafinha de água, muita sola de sapato e disposição de sobra!

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decolar do Santos Dumont com o dia bonito não tem preço

Nosso plano inicial era ir de carro. Saindo do Rio de Janeiro a viagem até Brumadinho leva cerca de 7h e uns 450km. Como éramos 3 tínhamos pensando nessa possibilidade, é super factível mas no final estaríamos mortos, teríamos que sair mais cedo dos nossos trabalhos, e começou a embolar tudo. Depois de muito matutar, resolvemos ir de avião até Confins (graças a uma linda promoção de aéreo) e de lá pegar um carro para chegar a Brumadinho. Muito mais confortável não?

Agora você me pergunta por que escolhemos Brumadinho? Brumadinho é um município de Minas Gerais, com a economia basicamente voltada para a extração de minério de ferro, e que fica a maravilhosos 5 minutos de carro de Inhotim (ok o google diz que são 10min mas é mais perto que isso). A cidade é bem simples, pelo que algumas pessoas lá nos contaram, a população ainda não se enveredou muito pela parte turística então as hospedagens são simples e não tem muitas opções de restaurantes no centro da cidade. Na estrada por onde você chega a Brumadinho tem algumas pousadas mais completas e lojas de produtos típicos como doces, queijos, compotas, pimentas…etc…além de umas lojas de móveis.

Partimos de Confins no final da tarde com o GPS do meu celular, chegamos à Brumadinho já de noite e assim que paramos no centro da cidade o sinal do celular morreu e não sabíamos como chegar na pousada. Por isso hoje em dia super recomendo usar GPS offline, ou pelo menos ter um para caso de emergências como já disse nesse post eu tenho usado o maps.me e tem sido ótimo. Depois de muito rodar, achamos a pousada.

vista do quarto com direito a trilha sonora de trem e passarinhos
vista do quarto com direito a trilha sonora de trem e passarinhos
sente a produção com plano infinito para a foto hahaha
sente a produção com plano infinito para a foto, hahaha

Optamos por ficar na pousada Lafevi, uma casa com ambiente super familiar com direito a café da manhã muito farto tipo coisa de “vó”. Os donos eram super simpáticos, e muito atenciosos. Como a pousada só oferecia o café da manhã, saímos para jantar e terminamos no Dom Gourmet.

Na manhã seguinte saímos cedo para aproveitar o dia, compramos uns bilisquetes no supermercado que fica na rua principal para garantir maior rendimento na nossa caminhada pelo museu, além de garrafinhas de água. Para visitar todo o museu com calma recomendamos 2 dias. Assim você não precisa correr horrores, e ainda sobra um tempinho para fazer outras coisas no segundo dia, como foi o nosso caso.

Reza a lenda que Inhotim era uma fazenda pertencente à uma mineradora e o responsável era um senhor inglês chamado Timothy. Por aglutinação senhor, virou “nhô” que se juntou a redução de Timothy para “Tim” e virou “Inho – Tim”, fofinho não é? Antigamente era comum os senhores de fazenda serem chamados de “Nhô”. Para ver como essa expressão era uma coisa forte o irmão da minha bisavó (levar em consideração que a minha avó tem 100 anos) ficou conhecido até mesmo pela família como “Nhôzinho” porque era filho do “Nhô” – Senhor da fazenda.

Nos anos 80 Bernardo Paz comprou uma parte da área de Inhotim, ele era encantado por um pé de Tamboril, árvore centenária plantada pelo ex-proprietário, e sua admiração aumentou ainda mais ao conhecer Burle Max, famoso paisagista, que mais tarde patrocinou projetos de jardim para o espaço de Inhotim. Bernardo já colecionava arte focado no modernismo brasileiro, mas foi só em 1990 que Tunga (artista que tem uma galeria dedicada a sua obra em Inhotim) o convenceu a começar a colecionar obras contemporâneas, e desde então não vê mais graça em adquirir apenas telas. Conforme sua coleção aumentava Bernardo foi comprando todos os terrenos vizinhos que pode, atualmente Inhotim tem 96,87 hectares. O projeto do museu começou em 2004 e em 2006 Inhotim abriu suas portas para o grande público. Em 2008 foi reconhecido como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) pelo Governo de Minas Gerais e no ano seguinte pelo Governo Federal. Inhotim além de museu em 2010 ganhou o título de Jardim Botânico, lá é possível admirar mais de 5.000 espécies da flora mundial.

estacionamento de Inhotim
estacionamento de Inhotim

Chegue cedo! O estacionamento é gigantesco, mas enche numa velocidade surpreendente. Para ajudar a se organizar é bom ter em mente que o museu não abre às segundas. Terças e quintas são dias mais baratos, quarta é de graça. Sexta, sábado, domingo e feriados são dias mais caros.

chegando na bilheteria
chegando na bilheteria

Inhotim disponibiliza (mediante pagamento, claro) um carrinho elétrico para ir às atrações mais distantes ou com subidas mais íngremes. Exitem dois tipos de aluguel: um com rotas pré estabelecidas, como se fossem pequenas linhas de ônibus onde você entra e sai dos carrinhos em determinados pontos, que você paga em torno de R$25 (p/ pessoa); e outro que o motorista te leva para todos os lugares e fica a disposição pelo dia (R$480) ou por hora (R$160 p/ hora), no carrinho cabem 5 pessoas. Como se paga por dia é financeiramente mais recomendável tentar fazer os mais distantes num dia só. De resto, se puder ande a pé, é tudo muito lindo e merece ser apreciado com calma!

lá vai o carrinho
lá vai o carrinho

Assim que entramos, a primeira tentação que aparece são as lojinhas, a interna tem livros, sacolas, lápis, etc… (achei tudo bem caro) e a lojinha externa que é a perdição MASTER, tem cerâmica para todos os gostos, caixinhas, vasos de flor… plantas…  aiai… falou loja de lembrancinhas tô dentro! É uma loucura, meus itens adquiridos no final do passeio (porque não queria ficar andando com peso) foram esses abaixo. Não eram super baratos mas por ser artesanato achei justo.

lojinha perdição
lojinha perdição
itens adquiridos na lojinha, essa revista super vale a pena, uma caneta com 2 pontas e 2 cores, um vaso e essa bola de madeira é um caixinha fofa com gavetas
itens adquiridos na lojinha, essa revista super vale a pena, uma caneta com 2 pontas e 2 cores, um vaso e essa bola de madeira que é um caixinha fofa com 2 gavetas

Para quem quiser ir se programando com antecedência o parque tem o mapa para download nesse link aqui

Depois de babar os itens da loja, partimos para conhecer as galerias. Não dá para colocar TUDO aqui no post mas vamos falar um pouquinho dos que mais gostamos e mostrar algumas fotos dos incríveis jardins de Inhotim!

o vandário fica à beira do lago com lindas orquídeas penduradas, é tentador passar um tempo sentada alí
o vandário fica à beira do lago com lindas orquídeas penduradas, é tentador passar um tempo sentada alí

 

 

cada uma mais linda do que a outra
cada uma mais linda do que a outra

Você também pode explorar o “Jardim de todos os sentidos” que tem várias plantas, medicinais e venenosas, para você conhecer seus nomes verdadeiros e suas propriedades. Fiquei chocada que a simples maria-sem-vergonha ou vinca é venenosa (se ingerida)!

Jardim de todos os sentidos
Jardim de todos os sentidos

Os inúmeros bancos espalhados por Inhotim são feitos de troncos de árvores que já morreram e são encontrados pela mata. Depois são tratados e cortados para podermos aproveitar e descansar as perninhas. Acho que esse primeiro é o maior que tem!

 

alguns dos bancos de Inhotim
alguns dos bancos de Inhotim
galeria do Tunga, muito bonita super no meio do mato
galeria Tunga, muito bonita super no meio do mato

As paredes do Galpão Cardiff & Miller são forradas com fibra de vidro, ou seja, não encostem, muitas pessoas tem alergia. Lá dentro é possível sentar em umas cadeiras e escutar a instalação. Eu gostei muito, o galpão é enormeee e a instalação super legal.

nós no reflexo do Galpão Cardiff & Miller
nós no reflexo do Galpão Cardiff & Miller

Uma das piscinas / instalações que você pode entrar em Inhotim, tem até um banheiro do lado para a gente se trocar. Infelizmente fiz a burrada de não levar roupa de banho então entrei até onde a calça levantou mesmo.

Piscina de Jorge Macchi
Piscina de Jorge Macchi

A obra A Origem da Obra de Arte, da Marilá Dardot deixam todos que nem criança caçando peças pelo gramado para formar palavras e fotografar. Impossível resistir.

A Origem da Obra de Arte, Marilá Dardot
A Origem da Obra de Arte, Marilá Dardot

Acho que o Beam Drop Inhotim, do Chris Bruden é a minha obra preferida de lá. Achei super visual e gigante, e quando você descobre a história por trás… Eu amo as histórias por trás das obras de arte. Eles cavaram um buraco enorme, encheram de concreto e começaram com a ajuda de um guindaste a jogar bem do alto as vigas de ferro. É sensacional!!

 

simplesmente lindo de mais
simplesmente lindo demais

Cosmococa do Hélio Oiticica  é uma das galerias com maior interação em Inhotim. Lá, através das salas você pode ter as “sensações” que seriam relativas ao uso da cocaína, é bem interessante. Dentro da Cosmococa é onde fica outra piscina que você pode entrar, essa achei meio sujinha então nem coloquei o pé.

entrada da Cosmococa
entrada da Cosmococa

O Sonic Pavilon ou mais conhecido como Som da terra, de Doug Aitken é uma das obras mais distantes no museu. Vá com o carrinho! (ou gaste muita perninha). Um buraco de mais de 200m de profundidade com microfones e aparelhos de amplificação sonora onde você pode sentar na galeria e apreciar literalmente o som que a terra emite.

Som da terra
Som da terra

Se você foi à Inhotim e não tirou uma foto no Viewing Machine do Olafur Eliasson você não foi à Inhotim. No estilo dos nossos Kaleidoscópios de criança é um prato cheio para tirar fotos artísticas com muitas cópias sua.

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Sem dúvida das obras mais fotografadas de Inhotim, o trabalho de Oiticica chama atenção pelas cores vibrantes e o tamanho. Uma obra dessas em contraste com esse céu azul de Minas não tem como errar na foto.

Invenção da cor, Penetrável Magic Square # 5, De Luxe
Invenção da cor, Penetrável Magic Square # 5, De Luxe

Tá achando que essa casinha não tem nada de mais além das paredes espelhadas? Dê uma entrada e descubra que sensacional é a combinação das projeções com os espelhos, você fica até meio zonzo, é muito bonito.

Folly de Vanessa Soares
Folly de Vanessa Soares

 

Com certeza (na minha opinião) a construção mais linda de Inhotim. A galeria é um espetáculo de arquitetura! Por dentro não seria diferente: os azulejos gigantescos da Adriana Varejão são apaixonantes pelos inúmeros tons de azul que cobrem as peças brancas ilustrando ondas.

galeria Adriana Varejão
galeria Adriana Varejão

Prometo que tá acabando! Foi a última obra que vimos pois demoramos para encontrá-la. As deslumbrantes esferas do Narcisus Garden da Yayoi Kusama. Para quem não sabe a Yayoi sofre de uma certa compulsão por bolinhas.

a vontade é de ficar um tempo fotografando os reflexos
a vontade é de ficar um tempo fotografando os reflexos

Algumas galerias você não pode fotografar (ou não dá) então fica só na vontade, mas o que vale mesmo é ir lá vivenciar cada uma das instalações e guardar as lembranças com você. Inhotim é um passeio para todas as idades, e mesmo que você não curta arte, vá! É um lindo passeio.

 

Restaurantes em Inhotim

Inhotim oferece algumas opções de restaurante, tem para todos os gostos desde lanchonetes (abrem às 9h30) com cachorro quente e picolé, a restaurantes rodízio.  Tente se organizar para comer CEDO (eles abrem ao meio dia), pois depois as filas ficam GIGANTES e você corre o risco de ficar com a “xepa”.

Comemos no Restaurante Oiticica pois era o que tinha a fila menor, e tinha um preço bem legal. Quando fomos serviço lá ERA a quilo, escrevendo esse post descobri que agora tem prato do dia e custa R$22 por pessoa sem bebida incluída.

restaurante Oiticica
restaurante Oiticica | e o lindo reflexo das luminárias no vidro da entrada

Outra opção para quem tem mais tempo sobrando é mergulhar no rodízio do Restaurante Tamboril, R$ 58 dias de semana e R$ 67 fim de semana e feriados. Por ser rodízio, tempo é essencial, eu não fui mas amigos que foram se rasgam de elogios.

restaurante Tamboril
restaurante Tamboril

Ainda tem o Café Teatro para os que tem mais pressa com sanduíches, pães e bolos artesanais.

 

Como disse no começo do texto, pode acabar sobrando um tempinho depois do segundo dia de visita a Inhotim. No nosso caso depois de visitar tudo, resolvemos ir até Belo Horizonte para conhecer o mercado municipal, e fazer umas comprinhas. Ninguém resiste a esse mercado (sério!).

Por último mas não menos importante, queria agradecer a minha amiga Karina que descolou os ingressos de Inhotim para nós. Sequer precisamos enfrentar fila =)

Informações gerais – Inhotim


ATENÇÃO    O museu não abre às segundas

Endereço
R. B, 20 – Centro, Brumadinho – MG, 35460-000

Ingressos

terças e quintas R$25
quarta é de graça
sexta, sábado, domingo e feriados R$40

Horário
terças à sexta de 9h30 às 16h30
sábado, domingo e feriados de 9h30 às 17h30

Dica do Fora da Toca – Inhotim

Leve roupa de banho para entrar nas piscinas de Inhotim, são duas que você pode entrar. Leve também uma garrafinha de água, cantil ou squeeze para reabastecer nos inúmeros bebedouros espalhados pelo parque. Nada como economizar não é?
Use um calçado confortável porque você vai andar muito! Filtro solar também sempre é bom!

Onde ficamos?

Pousada Lafevi
Pousada com ambiente super familiar, café da manhã muito gostoso. Localizada no centro de Brumadinho.

Endereço    Rua Donatila Henriques Silva – Brumadinho
Telefone    (031) 3571-1375 / 98880 9806
Site   o site deles está com problema então segue o link do portal de Brumadinho, eles estão funcionando normalmente!
Email    pousadalafevibrumadinho@gmail.com

 

Onde Comemos?

Dom Gourmet
Endereço   Rua Pres Vargas, 336 – Brumadinho
Telefone  (31) 3571-3128

Restaurante Pousada Nossa Fazendinha
Localizada na estrada por onde você chega a Brumadinho, é um ótimo lugar para comprar delícias mineiras, além de opção para jantar. Eles (como diz o nome) também tem uma pousada, mas o restaurante e a loja são abertos ao público.
Endereço  
O Restaurante está localizado às margens da Rodovia MG 040 no Km 48
Telefone  
(31) 3571.1104 / 3571.2494 / 9949.7800
Site
 clique no link

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