Primeira trilha da viagem a Chapada Diamantina, eu em completo e total pânico já que minha prática com trilhas era ( ainda é ) quase nula, enquanto o resto dos amiguinhos estão carecas de fazer. Como a entrada para a trilha era praticamente do lado do hotel, fomos a pé mesmo.

Para esse passeio você não precisa de guia, mas os guias dizem que é bom para conhecer lugares mais escondidos, e pontos de mergulho, seria marketing? Chegando na associação, você assina no caderno que está entrando para eles manterem um controle e faz uma doação opcional para a preservação do parque ( nós pagamos 5 reais cada um ). O parque tem limite de 120 visitantes por dia visando a preservação do lugar.

O início da trilha é bem plano, mas ai eis que brota uma montanha para você subir, cheia de pedras arredondadas brancas. Subir em si não é um problema, o problema é aguentar acompanhar o ritmo dos amigos, final da subida eu estava morrendoooo! (Época que eu ainda estava sedentária MASTER). Hoje em dia seria muito diferente hahaha. Aproveitei a pausa para recuperar o fôlego e registrei a vista, que lugar incrível! O céu ainda estava meio nublado, todos os dias foram assim na verdade, só depois de certa hora que vinha aquele azul Pantone!

Toda parte de pedra dessa subida é muito curiosa, lembram crateras lunares, tudo muito arredondado, e esbranquiçado. Fico imaginando o vento e as águas que não devem passar por lá para criar essas formas.


A segunda parte do passeio é bem mais tranquila, trilha praticamente plana costeando a montanha e depois realmente plana no meio do mato. Os caminhos são bem marcados no chão, se perder é difícil. Andar em meio a flora do cerrado é apaixonante, as plantas são bem diferentes das que temos aqui no Rio. Os buquês de chuveirinho impressionam pela perfeição, assim como as sempre vivas, plantas ameaçadas e protegidas hoje em dia, mesmo depois de colhidas permanecerem lindas por muito tempo.

Fizemos uma breve parada no rio que alimenta a Cachoeira da Fumaça, os tons de vermelho e marrom das águas é muito peculiar e lembra para muita gente Coca – Cola. O rio estava parado, o que para cruzá-lo era ótimo, mas claramente tinha outros efeitos mais a frente.

A poderosa e imponente cachoeira da Fumaça estava totalmente seca. Não é força de expressão, é seca MES-MO! Com isso aproveitamos para ir até a garganta da cachoeira, um lugar que ninguém deve ir de forma alguma tendo água, ou mesmo seca com chance de tromba d’ água ou chuva eminente.

Inclusive tem uma “corda”, tá mais pra fiapo, demarcando uma distância segura que os visitantes podem chegar da garganta em tempos normais. A vista de lá para o Vale do Paty é incrível, uma beleza extraordinária, no final das contas acho que tivemos muita sorte de chegar em um lugar que ninguém habitualmente pode.

Com uma queda de 340m a Cachoeira da Fumaça é uma das grandes atrações da Chapada Diamantina. Além dessa trilha que permite vê-la por cima, existem trekkings de alguns dias que passam pelo Vale do Paty e chegam perto do poço da cachoeira. Mas vamos falar do passeio que eu fiz. O trekking fica para outra aventura, já que levava uns 3 dias e tínhamos poucos para curtir tudo que queríamos da Chapada.


Se a garganta não é o ponto alto da cachoeira já que nem sempre dá para ir, e só tinha nós de malucos lá, o mirante ao contrário faz fila para olhar e fotografar. A pedra projetada no abismo arrepia qualquer um que chega perto da ponta e rende além da vista fotos incríveis. É bem legal ver a reação das pessoas, cada um age de um jeito, tem gente que fica nervoso e agarra na pedra como se não houvesse amanhã haha.

No mirante você pode se refrescar com um suco de frutas típicas da região, tem um cara que faz a trilha todo dia com a sua mochila LOTADA de garrafinhas e gelo para vender aos turistas, a garrafinha custa 8 reais e vale muito a pena. Ele disse que as árvores de Mucugê Bravo perto do mirante ele que plantou, porque ali não tinha sombra para os visitantes ( e ele ) se protegerem. O pé de Mucugê chega a medir 15m, seu fruto é bem saboroso, da família da mangaba, ele leva quase 25 anos para dar fruto. A flor que ele gera é bem dura, mas achei linda.


Saindo do mirante principal pegamos outra trilha marcada para um segundo mirante da cachoeira. A natureza é tão linda e presente em toda região que não tenha um lugar que você pare que não tenha uma vista incrível.

O caminho de volta sempre parece mais curto, voltamos para a cidade, torrados do sol de tarde. Já fora do parque passamos por uma placa pralá de curiosa. Pastel de palmito de jaca. Sentamos na birosquinha para provar esse item tão diferente. Rolou uma paixão. O pastel de palmito de jaca é das coisas mais gostosas que comi, nunca tinha pensado em usar jaca para fazer comida salgada. Recomendo a todos, provarem se tiverem oportunidade.


Como ainda tinha um pouco de sol, passamos pela pousada, pegamos o carro e fomos conhecer o Riachinho. Como não tínhamos mergulhado o dia todo, foi maravilhoso terminar o dia relaxando na cachoeira.


De brinde ganhamos uma lua cheia incrível no início da noite, acabou que não ficou uma foto maravilhosa devido a falta do tripé, mas valeu o registro.

Gostou do post? Ficou empolgado para conhecer a Chapada Diamantina? Clique aqui, veja como foi o roteiro dessa viagem e conheça outras atrações maravilhosas na Chapada.
Dica do Fora da Toca – Cachoeira da Fumaça
Sempre levar bastante água para as trilhas, e alguma comida leve. A água no nosso caso ia no reservatório da mochila. Nunca deixar de levar filtro e repelente! Chapéus e óculos escuros sempre são muito bem vindos também! Mesmo super preparados nos queimamos legal nessa trilha.
Uma boa também é levar papel higiênico ( ainda mais nós mulheres) nunca se sabe quando vai precisar…
Informações Importantes – Cachoeira da Fumaça
Ingresso – R$ 5 (doação voluntária)
Tempo de trilha – aproximadamente 2h (ida)
Extensão da trilha – aproximadamente 6km (ida)
Nível de trilha – médio
Valor do Guia – Guia não é obrigatório, mas você pode contratar lá na hora
Entrada para Riachinho – R$ 2 (pagamos metade porque era fim do dia)