Para quem já segue o blog não é nenhuma novidade a minha paixão por LEGO. Então nada mais feliz do que juntar 2 coisas que adoro, exposição e LEGO. A Art of The Brick chegou no Brasil em 2016 começando por São Paulo e vindo para o Rio no início de dezembro de 2016.
Atenção que a exposição foi prorrogada até dia -5 de fevereiro de 2017, ainda da tempo!
82 obras de Nathan Sawaya e mais de 1 milhão de pecinhas de plástico formam a exposição Art of The Brick. Nathan se formou em direito na Universidade de Nova York, depois de vários anos trabalhando na área descobriu que era muito mais feliz quando sentava no chão para construir suas esculturas. Sendo assim, decidiu largar de vez o mundo do direito e mergulhar de cabeça na área artística.
Hoje em dia o artista ocupa uma posição de destaque no mundo da arte contemporânea. Ele revela que gosta de usar peças de LEGO como expressão porque é um material familiar às pessoas. Ele diz: “ Uso LEGO em meu processo de criação porque é um brinquedo acessível. É muito provável que você não tenha um bloco de mármore ou um forno de cerâmica em casa. Mas aposto que tem um conjunto de peças LEGO.”
Essa exposição é incrível por vários motivos. As esculturas enormes feitas com as pecinhas coloridas encantam e impressionam qualquer um que passa pelas salas. O fato de serem feitas com peças de um brinquedo infantil poderia transformar essa exposição em algo voltado para crianças. Mas cada escolha de escultura do artista é profunda e intrigante. Não é difícil a gente se reconhecer nelas, angústias de adulto representadas com peças de um brinquedo da nossa infância, é extremamente contrastante. Além das esculturas originais existe uma sessão só com reproduções em LEGO de obras famosas como ( uma das minhas preferidas ) a Vitória de Samotrácia.
Escultura My Boy (esquerda) de acordo com Nathan: “Perda combinada com amor: essa é um dos temas recorrentes na minha obra. A escultura Meu Menino é baseada em uma história tocante que meus pais me contaram. Logo depois de ouvi-la, comecei a trabalhar nesta escultura, concluindo-a quase dois meses depois.”
Escultura Grasp (direita): “Sejam quais forem seus desejos mais secretos, sempre haverá alguém que tente impedi-lo de os alcançar. O grande desafio da vida é encontrar forças para escapar dessas amarras. Criei esta escultura como resposta a todos aqueles que me deram um “não”, cara a cara. Queria guardar distância desse tipo de gente.”
O lugar escolhido para a exposição é um dos museus que mais gosto no Rio, o Museu Histórico Nacional. Ele por sí só já vale a visita, já que seu acervo permanente da época da monarquia é bem farto. Ao entrar passamos rapidamente por algumas carruagens ricamente adornadas, a roda é quase do meu tamanho ( meus enormes 1,68cm, sim é 1,68cm..adoraria que fosse 1,70cm ).
Ao encarar as grandes esculturas de pecinhas plásticas uma das primeiras coisas que passa pela cabeça é como transportam sem que desmonte, já que são peças de encaixar com a proposta de montar e desmontar. Para isso Nathan desenvolveu uma cola especial para que as esculturas se tornem permanentes. O problema dessa cola é que caso queira alterar algo durante o processo (depois de colada) é preciso muito mais do que a ferramenta laranjinha do LEGO para soltar peça, só com alicate e formão.
Para materializar suas criações Nathan começa fazendo um rascunho em papel, ele carrega para todos os lugares um caderninho para anotar suas ideias, já que a maioria de suas criações envolvem pessoas, emoções e o seu cotidiano. Somente depois, ele conta com seu arsenal de mais de 4 milhões de peças armazenadas em seus ateliês em Nova York e Los Angeles.
Apesar da exposição vender os ingressos com antecedência pela internet, e com horário marcado isso não impediu que as salas ficassem bem cheias, vale chegar cedo para assistir o vídeo introdutório e aproveitar parar admirar as esculturas. O sucesso é inegável e o fascínio dos visitantes também.
Para acompanhar a exposição é possível baixar o app na Play Store ou no Itunes, onde você tem um áudio guia da exposição além de detalhes de cada obra como as dimensões, ano e quantidade de peças usadas, lembrando que precisa de conexão com internet para funcionar. A primeira parte da exposição tem obras mais autorais e alguns quadros mais 2D feito com as peças. Já a segunda parte é focada nas reproduções de obras famosas como O Grito e O Beijo.
E esculturas como Julio Cesar, Vênus de Milo e David, garanto que as fotos não fazem jus às esculturas.
Obviamente que não postei TODAS as obras para não perder a graça da exposição, mas escolhi as minhas preferidas para ilustrar o post. É fascinante ver o que Nathan consegue fazer com as pecinhas coloridas, me senti meio ignorante de nunca ter tentado fazer nada do gênero com as minhas, é muito inspirador.
– Informações biográficas retiradas do catálogo Exposição The Art of The Brick –