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Cânion Itaimbezinho

Sempre tem alguma coisa na viagem que quase escapa por entre os dedos, seja por programação errada ou fatores externos. No nosso caso foi quase o conjunto dos dois.

Tinha planejado de no penúltimo dia ir ao Itaimbezinho, que falavam ser lindo demais. Como era longe, e com trilhas para fazer, ter o dia todo para ele seria perfeito. O problema é que estávamos reféns do tempo, se a visibilidade não estivesse boa nem valeria a pena sair da cama. Como são mais de 100km de Canela para Cambará do Sul eu já tinha me preparado para evitar uma viagem inútil. Eles tem um Twitter que todas as manhãs quando o parque abre eles informam as condições climáticas, e durante o dia vão atualizando.

Eis que eu acordo as 8h para ver o tempo e descubro no tweet do dia anterior que o parque não abria na segunda feira… gelei de leve. Nosso voo era no dia seguinte no final da tarde mas com boa vontade e levantando cedo ainda dava para ir.

segue que ta chegando
segue que ta chegando

Dia seguinte, ÓBVIO que meu plano de sair as 8h não rolou… saímos 10h e alguma coisa. Mas tudo bem “vamo que vamo” que ainda dava tempo. A estrada para Cambará do Sul é bem boa, tirando o fato de algumas partes serem pista dupla e uma pista para cada lado. Ou seja, caminhões na frente era alegria garantida… só que não. Depois de algum tempo de estrada o GPS apontou um “atalho” para a entrada do parque, como já somos malandros com ele dei uma olhada para saber se indo pela estrada principal dava para chegar no mesmo lugar. BINGO! E lá fomos nós no nosso Ford Ka 1.0 alugado por uma estradinha de terra cheia de pedras e irregularidades. Devido a altura do carro e a qualidade da “pista” não podíamos desenvolver grandes velocidades, e para aumentar a adrenalina o mapa mostrava que íamos cruzar um Rio (!!!). Tudo o que eu queria naquela hora era a Defender do Luís e da Bárbara, mas fazer o que?!

os adoráveis atalhos do GPS
os adoráveis atalhos do GPS
as cenas bucólicas do interior
as cenas bucólicas do interior

Quando estávamos começando a ficar preocupados, eis que surge um Palio vindo na nossa direção a toda, nos encaramos e pensamos: se ele passa, a gente também passa! Vimos siriemas e vaquinhas pastando na beira do lago. Cruzamos com um grupo fazendo passeio de quadriciclo (ali eu acho que valeria esse passeio), ver gente nesses caminhos estranhos sempre traz uma certa alegria. Quando estávamos chegando na estrada principal para o parque o carro começa a arrastar alguma coisa com som de ferro. Primeiro pensamento? Caiu! O que? Não sei. Na hora as opções que passaram pela minha cabeça foram:

1- o cano de descarga.
2- o fundo do carro.
3- qualquer parte metálica do carro.

Melhor parte: como consertar ali, no meio do nada…  para nossa alegria era apenas um ferro aleatório que o carro enganchou no caminho. Ferro devidamente jogado para longe, seguimos a viagem.

enfim chegamos
enfim chegamos

Entramos no parque ao meio dia… O ingresso para brasileiros tem desconto (confira detalhes no final do post). Paramos o carro no estacionamento e seguimos para a sede para pegar informações da trilha. Eram 2 trilhas: uma de aproximadamente 1h e outra de 3h. Vamos às contas: nosso voo era às 18h, e estávamos a mais ou menos 200km de Porto Alegre. Os números não batiam lá muito bem no final da conta.

chegando no centro de informações
chegando no centro de informações

Decidimos começar pela trilha mais curta, já que se reparássemos que demoraria muito a gente se mandava dali. A trilha do vértice é bem tranquila, boa parte dela é pavimentada com blocos de cimento hexagonal. Durante todo o percurso existem vários pontos de parada para admirar a vista de todos os ângulos possíveis.

Seguem as fotos da Trilha do Vértice:

primeira parada da trilha do vértice
primeira parada da trilha do vértice
segunda parada
segunda parada
terceira parada
terceira parada

Voltamos da trilha, paramos no estacionamento para pegar água e me bateu tristeza por saber que não íamos fazer a trilha principal do parque. Combinamos que se até a hora X não tivéssemos chegado ao final da trilha a gente voltava e paciência, a visita ao cânion fica pra outra vez. Engolimos um sanduíche e fomos.

início da trilha
início da trilha

A trilha foi muito mais rápida do que esperávamos. O caminho era um pouco diferente da primeira trilha, terra batida, pedrinhas irregulares e bastante mato a volta. Toda vez que passávamos por alguma placa que mostrava o quanto faltava da trilha fazíamos uma média de velocidade/ tempo. Viva a ansiedade!

corre que o tempo é curto, ainda bem que existiam essas setas com a distância
corre que o tempo é curto, ainda bem que existiam essas setas com a distância

Quando chegamos no primeiro mirante foi de perder o fôlego, é inacreditável, eu nunca tinha visto um cânion, é muito deslumbrante. Andamos mais um pouco margeando a beirada do cânion até chegar a outro mirante. Nessa hora o sol resolveu dar o ar da graça e iluminou parte do interior do cânion com o rio e a floresta, foi magnífico.

Seguem algumas fotos da trilha do cotovelo:

como eu disse terra batida super tranquila de fazer a trilha
como eu disse terra batida super tranquila de fazer a trilha
o urubu pode até ser bem feiosinho mas voa magnificamente
o urubu pode até ser bem feiosinho mas voa magnificamente
chegando no primeiro mirante da Trilha do Cotovelo
chegando no primeiro mirante da Trilha do Cotovelo
conforme você anda o cânion se transforma é incrível
conforme você anda o cânion se transforma é incrível

Fizemos várias fotos e partimos em direção ao carro para irmos praticamente voando até Porto Alegre.

voando de carro para pegar o avião
voando de carro para pegar o avião

 

Achei muito legal que absolutamente todo mundo faz a trilha, claro que cada um no seu ritmo. Tinham famílias inteiras com crianças bem pequenas e até bebês. Na trilha do Vértice uma família acompanhava uma senhora com dificuldade de andar pela parte pavimentada.

 

Dica do Fora da Toca

Não deixe de conferir no Twitter as condições climáticas para não perder a viagem!

Chegue cedo, para poder curtir. Se você tiver chegado mais tarde faça primeiro a trilha do Cotovelo pois ela fecha primeiro. Quando voltar ainda da tempo de fazer a do Vértice.

A trilha do Cotovelo não leva 3h para fazer, fizemos em 40min ida e volta, andamos rápido mas nada absurdo. Eles recomendam 3h, para poder ir com calma, ficar 1h por lá admirando e depois voltar com calma também.

Leve água, e algum lanche para o passeio, não vimos “lancherias” por lá. No nosso caso preparei uns sanduíches de véspera e levamos uma garrafona de água.

Informações importantes – Cânion Itaimbezinho

Ingresso
R$ 15,00 por pessoa. (valores 2016).
Brasileiros têm desconto, pagam R$ 8,00.
Visitantes menores de 12 anos e maiores de 60 anos são isentos.

Estacionamento
R$ 5,00 para automóveis.
R$ 10,00 para ônibus.
R$ 3,00 para motos.

Horário do parque

Parque Nacional de Aparados da Serra (Cânion Itaimbezinho).
Terça à Domingo 8h às 17h permanência até 18h.
Abre excepcionalmente às segundas de feriados nacionais, Carnaval, Natal e Ano Novo.

Horário das trilhas
Vértice 8h00 – 17h00
Trilha de 1,5km (ida e volta) / recomendaram 1h para fazer a trilha.

Cotovelo 08h00 – 15h00
Trilha de 6km (ida e volta) / recomendaram 3h para fazer a trilha. Fizemos em 40 min ida e volta (sem correr)  / Essa trilha pode ser feita de bicicleta.

Atenção: eles não tem bicicleta para alugar

Rio do Boi 08h00 – 13h00
Não fizemos essa trilha mas óbvio que ficou a vontade de fazer um dia.
A Trilha do Rio do Boi dá o acesso ao interior do Cânion. A entrada é pelo Posto de Informação e Controle do Rio do Boi, que fica no município de Praia Grande/SC. Tá anotado no caderninho de viagens.

2 thoughts to “Cânion Itaimbezinho”

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