Tour Ecológico no Pão de Açúcar

Pensar em Rio de Janeiro e não pensar em Pão de Açúcar é quase impossível. Então nada mais natural que meu blog, super carioca, contar como é a visita a esse ícone turístico da cidade. Mas isso eu já fiz aqui. Aí você querido seguidor vai falar: “outro POST sobre o mesmo assunto Julia? Sério?! Tem mais nada para fazer não?”

Não mesmo hehehe o Pão de Açúcar agora oferece um tour ecológico. “Ah mas eu não gosto de trilha…” E quem falou em trilha? Confere o post do Tour Ecológico e descubra que programa legal é esse novo passeio.

Com saídas de terça a sábado às 10h o passeio incluí subida e descida com os bondinhos além de um guia especializado para apresentar a flora e fauna que compõem o Parque. Parque? Sim parque! Desde de 2006 o bondinho fica localizado em uma unidade de conservação.

Mas o que é uma unidade de conservação?

Unidade de conservação são áreas naturais protegidas por lei devido as suas características especiais. No caso do Pão de Açúcar, a mata Atlântica e sua enorme biodiversidade. Se você levar em consideração que essa mata cobria toda a costa do país ( somos de tamanho continental, lembrem-se sempre desse detalhe ) e agora só resta 12% .Por conta disso cada pedacinho é protegido com muito cuidado, para tal temos o MORA pão de açúcar – movimento natural dos morros do Pão de Açúcar e da Urca, que ocupa mais ou menos 91 hectares. 

Agora vamos falar de outros números. Os bondinhos recebem cerca de um milhão de visitantes por ano. Pensa só esse volume de pessoas em uma unidade de conservação! Para isso o parque tem diversas medidas sócio ambientais, e graças a seu trabalho árduo foi o primeiro e único referencial turístico do mundo lugar a receber selo de qualidade de ecológico da ABNT. Título Mundial. Enviado submetido ao GEN. Global award label network

Mas como é o tour ecológico?

Ao chegar para o passeio você primeiro espera na sala. Onde você recebe as primeiras informações e orientações. Além de ganhar uma linda garrafinha de água. O espaço tem sofás e banheiro. Dalí partimos para embarcar no bondinho “furando” a fila pela prioridade devido ao tour. A subida é sempre hipnotizante. Recomendo ficar na janela da direita para curtir a vista da praia vermelha e do pão de açúcar. 

Mas qual a idade do Pão de Açúcar? Quem “construiu” ele? Geólogos dizem que ele data de antes dos dinossauros. Ele é formado por um tipo de rocha chamado gnaisse, e graças a ela foi possível provar através de estudos que o grande continente Gondwana existiu, visto que os mesmos tipos de pedra foram encontrados na costa da África. Incrível não é mesmo?

Eu já falei disso aqui, mas não custa nada repetir os feitos incríveis de mulheres, especialmente as pra frentex hehehe. A primeira pessoa a escalar o Pão de Açúcar foi uma mulher. Uma inglesa na verdade, Henrietta Carstairs, lá por volta de 1817. O caminho que ela usou para esse feito é mais ou menos o mesmo que usamos para fazer a trilha do Costão (que eu já fiz!!! Confira aqui). Ao concluir a escalada ela deixou uma bandeira do Reino Unido cravada no morro, para loucura dos militares da Praia Vermelha que tiveram que dar um jeito de subir e tirar.

Do alto podemos ver onde Estácio de Sá fundou o Rio de Janeiro. Lugar hoje é fechado e faz parte da Fortaleza de São João da Barra ( estou devendo esse post). Fundada aos pés do Pão de Açúcar, a cidade a princípio foi criada como ponto de resistência a uma invasão francesa na época. Sim, antes que você pergunte, você pode visitar o forte São João com visita guiada e gratuita, basta marcar por telefone.

Nossa primeira parada do tour é um pé de pau Brasil. Uma das várias espécies nativas que vêm sendo reinserida no parque. Curiosidade: nós somos o único país no mundo que tem nome de árvore. Por aqui os nativos conheciam como Ibirapitanga. Ibira _ árvore/madeira/pau. Pitanga_ vermelha. Acabou que o Pau Brasil foi absurdamente explorado para tingir tecidos, consequentemente acabou sumindo das matas.

Tivemos a sorte de avistar um lindo Tiê sangue, símbolo do parque, o seu tom de vermelho é inacreditável de tão vibrante, apesar do seu pequeno tamanho, o contraste do vermelho com o verde das matas facilita sua visualização.

E se eu contar que tem uma criação de abelhas em pleno morro da Urca? . “Nossa mas que ideia de maluco!!! E as pessoas alérgicas! Que perigo!!” . Mas e se eu acrescentar que as abelhas não têm ferrão? “Oi?!”. Então… nem todas as espécies de abelha têm ferrão, a nossa maior conhecida é aquela amarela e preta, a africanizada (que eu já tive o prazer de levar uma ferroada). Ela é a mais usada para a fabricação de mel devido a quantidade que produz. As sem ferrão são (deveriam ser) muito comuns por aqui já que são espécies nativas da mata Atlântica. O meliponário ( conjunto de colméias de abelhas sem ferrão ) tem várias espécies. Cada uma com a sua característica específica e todas absurdamente importantes para todos os ecossistemas.

Pegamos a via verde passando pela árvore dos desejos um exemplar de carrapeta com mais de 80 anos. Dizem que ao passar por ela e fazer um desejo ele se realiza. Não custa nada tentar né? O guia disse que funciona, mas só funciona para aqueles desejos que o dinheiro não pode comprar. Bem especial não é mesmo?

Essa caminho é mais fresco que o resto do morro da Urca, devido a evapotranspiração que as árvores fazem. Para você ver a importância desse fenômeno da mata, sem a floresta de Tijuca por exemplo a temperatura da cidade poderia ser 7 a 9 graus mais quente, pensa no clima desértico / Infernal que seria aqui! Viva o reflorestamento da Floresta da Tijuca, um case de sucesso!

Ganhamos um saquinho de adubo produzido pelo próprio Pão de Açúcar. Uma das várias atitudes ecológicas tomadas pelo Pão de Açúcar. Assim como a utilização de placas solares e um super sistema regenerativo de energia para mover os bondinhos. Uma cabine fica em cima e outra em baixo. Eles trabalham com o contra peso para economizar energia, esse sistema é tão legal que além de economizar até acaba gerando energia.

Apesar de estar lindo e frondoso atualmente, o Pão de Açúcar vem passando por longo processo de reflorestamento. O bambu tomava boa parte das encostas, e o bondinho vem fazendo o manejo da espécie exótica para substituir por mata original.  Infelizmente não é algo fácil e também não pode ser feito de uma hora pra outra porque além dele ser bom para conter a encosta dá um baita trabalho remover bambu.

Se você ficou pensando em como pode ajudar nesse processo de reflorestamento, confira esse post aqui que conta como é o projeto Pão de Açúcar verde. Uma iniciativa super legal que fiz parte uma vez, e pretendo voltar carregando muitas pessoas em breve!

Seguindo pelo bosque conhecemos outras espécies naturais da mata como a “madeira mau cheirosa” ou “pau d’alho”, uma planta com princípios medicinais, suas folhas tem cheiro de alho. Já sua casca é utilizada em chás para tratar reumatismo e feridas. Ou a embaúba ou árvore da preguiça, seu nome é por ser o lugar preferido dos bichos preguiça. 

O passeio termina em um dos vários mirantes de cair o queixo que o Pão de Açúcar reserva. Quer dizer o tour guiado termina, porque aí fica a seu critério quanto tempo rodar e apreciar a vista, e até conhecer os modelos passados dos bondinhos, ou fazer um lanche nos quiosques e restaurantes, opções não faltam. Agora um detalhezinho para registro, em 2016 fomos a primeira paisagem cultural urbana declarada patrimônio pela UNESCO. Tá achando que o Rio de Janeiro é pouca coisa?

Dica do Fora da Toca | Tour Ecológico no Pão de Açúcar

Por ser um passeio ao ar livre sempre é bom levar, filtro solar, chapéu e repelente. Apesar de não ter trilha, um tênis ou qualquer sapato confortável caí bem. Quanto a água fique tranquilo que em ambos os morros tem bebedouro para você encher sua garrafinha.

Informações importantes | Tour Ecológico no Pão de Açúcar

Horário saídas de terça a domingo as 10h
Limite máximo de 20 pessoas por passeio
Valor | 2019  R$ 220 inteira / R$ 110 meia – por pessoa
Duração do passeio Aprox. 3h

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O grupo RBBV RJ, formado por blogs cariocas, está promovendo com os seus membros, ações que valorizem e exaltem o Rio de Janeiro, mostrando sua beleza, seus atrativos e sua diversidade através do olhar de quem mora na cidade. Um Rio mais verdadeiro para os turistas, e um Rio mais desmistificado para o Carioca explorar. Confira mais sobre nosso trabalho nas redes sociais através da #RIOunico e confira abaixo os posts das outras participantes dessa visita.

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